Encontrar um hotel em Nova Iorque pode parecer uma tarefa hercúlea. São centenas e centenas as possibilidades de alojamento, em tantos locais distintos e para valores tão diferentes. No entanto, escolher o The Standard High Line foi extremamente simples.
Queria ter uma experiência de “bairro” e próxima dos lugares mais trendy de Nova Iorque: Chelsea, West Village e SoHo. Queria ficar num lugar com identidade, com nova iorquinos e não apenas turistas, por isso, localizações como Times Square estavam completamente postas de lado. Primeiro pensei no SoHo mas faltava-me um requisito: gostava que o meu quarto tivesse uma parede em vidro e vista para o rio Hudson. Uma pesquisa um pouco mais detalhada levou-me ao hotel que tinha idealizado. The Standard Hotel, no Meatpacking District, tinha tudo o que procurava.
A poucos quarteirões começo a sentir esse espírito: prédios baixos em tijolo, alguns com as icónicas escadas em ferro no exterior, muitos restaurantes e cafés, lojas de criadores seleccionados e os dois mercados que queria muito conhecer. À medida que me aproximo fico feliz por não ser excessivamente alto. Todo envidraçado, alguns dos quartos com as cortinas corridas, sobre a High Line, um dos locais mais interessantes de Nova Iorque.
Cheguei num Sábado já com a noite a cair. O termómetro marcava 24ºC, um calor atípico e cujas previsões diziam que iria desaparecer no dia seguinte. Mas enquanto dura há que aproveitar e foi essa a primeira visão do hotel. Tanto a esplanada do The Standard Plaza como a cervejaria The Standard Biergarten estavam apinhadas.
Rodopiando a porta giratória entro da recepção do The Standard, um espaço um pouco diferente, em tons mais escuros, com um enorme espelho no teto. Tudo foi tratado prontamente e indicada a direcção para os elevadores. E por ser Sábado, nos corredores há um constante corrupio. É que os elevadores dos hóspedes são os mesmos que levam as pessoas até ao rooftop do hotel, um dos mais badalados de Nova Iorque.
O ambiente em tons escuros mantém-se, assim como os espelhos mas quando as portas abrem, espanto e surpresa de todos os que vão entrar pela primeira vez. É como se embarcássemos numa viagem fantástica, para onde convergem donuts, naves, super-heróis e tantos outros personagens numa espécie de buraco negro.
Tinha a ideia de que em Nova Iorque os quartos seriam como em Paris: pequenos. O meu não sendo grande, era maior do que esperava. Quando abri a porta, lá estava ela, a enorme janela que tanto desejei. Corri a cortina, ainda que com o receio da altura. Perante tal vista, o que pedir mais?
Os dias começavam cedo e sempre da mesma maneira. Correr a grande cortina e ver a paisagem: alguns carros que já circulam, pessoas a fazer jogging ou passear o cão, as águas calmas do rio Hudson e a típica construção de Nova Iorque.
Por norma, a recepção, o Standard Plaza e The Living Room estavam tranquilos, por vezes até desertos. Mas à hora do almoço têm sempre muita gente, especialmente o The Standard Grill, um dos melhores e mais concorridos restaurante do Meatpacking. Apesar do tempo estar frio, todos os espaços exteriores disponibilizam mantas e aquecedores.
Deixei para um dia de semana o Top of the Standard. É um club com dress code específico e selecção à entrada (como nos filmes). A vista é fabulosa, quase de 360º, tanto para o rio Hudson, como para Manhattan. Era noite de jazz ao vivo e além do bar ao centro com cocktails de assinatura, é também possível fazer pequenas refeições. Há várias zonas de estar com alguma privacidade, incluindo uma lareira suspensa.
O The Standard High Line foi uma excelente opção para me permitir visitar tudo o que pretendia: oferta cultural, bairros com identidade, restaurantes, mercados e lojas. No final da minha estada, tinha superado a minha expectativa. Além de toda a envolvência exterior e de estar num dos locais mais trendy de Nova Iorque, tem um espírito muito descontraído e ao mesmo tempo sofisticado, com objectos decorativos selecionados, apontamentos de design e muita luz. Ninguém vem ao The Standard High Line à procura dum lugar para dormir mas de uma experiência para recordar.
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