Em Samodães, num antigo palacete do século XIX, o Six Senses Douro Valley é a primeira aposta da cadeia hoteleira asiática na Europa. Elegância e sustentabilidade combinam-se para proporcionar uma experiência holística de bem estar.

Quando o Six Senses Douro Valley abriu em Julho de 2015 muito buzz se gerou nas redes sociais. Um dos comentários que me despertou interesse foi de uma amiga que já esteve em vários hotéis da cadeia e que escreveu: “Só espero que o modo de receber também seja o mesmo”. Foi com este pensamento que cheguei ao Douro.
O edifício do século XIX começa a avistar-se ao longe, por entre vinhedos agora despidos, aciprestes e palmeiras. Um caminho em paralelepípedos leva-me à entrada do hotel onde prontamente me vêm receber. E é logo neste primeiro contacto que se sente a essência Six Senses: aqui os funcionários apresentam-se pelo nome, retiram os nossos pertences com todo o cuidado e o serviço de valet parking trata de tudo.

Chego cedo porque venho também almoçar mas ainda assim fica já o check-in tratado. Entrando no elevador panorâmico desço até ao piso 3 onde ficam as áreas principais: restaurante, bar, wine library e também o acesso ao exterior. Passo rapidamente pelo terraço, desço até à horta e claro, à piscina exterior, maior do que imaginava. Mesmo em frente, a imensidão de vinhas da Quinta da Pacheca.



A renovação do espaço esteve a cargo do ateliê Clodagh Design que o decorou com objetos antigos, como jarrões em barro e cobre, livros, quadros e fotos da família Serpa Pimentão. Apesar de estar num hotel, o carácter intimista das quintas durienses está bem presente, pela descontração e proximidade dos funcionários, pelos vários ambientes, pelo constante silêncio.


O restaurante Vale Abraão tem consultoria do chef Ljubomir Stanisic e logo a abrir a carta vem o menu Terroir, com propostas orgânicas. Como um dos pilares do Six Senses é a sustentabilidade e bem-estar, os ingredientes vêm diretamente da horta confecionando-se alguns dos produtos no local. Exemplos disso são os pickles, kimchi, vinagretes e infusões.


Acabo por pedir o menu de tapas disponível no bar e o almoço foi um pouco de ambos: cascas de batata com molho de iogurte; tubérculos no josper com puré de topinambur e molho asiático; salada de couscous em beterraba e legumes da nossa horta e um flatbread de cogumelos e mozarella. Quando os legumes chegaram à mesa, com um aroma incrível, olhei logo para a taça em barro que pensei ser de Molelos mas informaram-me que é louça de Bisalhães. A mesa fica tão bonita e colorida! Termino com um queijo queimado, que só ao provar sinto ser de cabra mas com os sabores muito equilibrados.




Tenho uma massagem agendada para as 15h15 e a caminho do quarto, onde já me colocaram todos os meus pertences, penso se não será um pouco cedo, tendo em conta que acabei de almoçar. Mas contrariamente ao que seria de esperar, sinto que o almoço foi muito leve, que nenhum sabor se sobrepôs ao outro.
O atendimento no spa mantém-se informal mas muito atencioso. Já experimentei massagens com taças tibetanas mas nunca desta forma, a sentir a vibração no meu corpo, primeiro na coluna e depois na barriga. Uma sensação muito tranquila mas ao mesmo tempo revigorante.

Num hotel marcadamente vínico, não podia faltar uma prova de vinhos. Ao final da tarde estiveram em prova quatro vinhos: Contraste Branco 2015 da enóloga Rita Marques (um projeto a conhecer); Quinta do Portal Colheita Tinto 2014; Quinta Vale D. Maria Reserva Porto e terminei com um Quinta das Carvalhas Reserva Tawny.
Regresso ao restaurante Vale Abraão onde a lareira acesa torna ainda o espaço mais agradável. Desta vez optei pela carta e voltei aos legumes do almoço (e voltarei a repetir num futuro regresso) e num tornedó de vitela, puré de topinambur, cogumelos selvagens e tomate cherry confitado. Para sobremesa pedi se me podiam servir o bolo de chocolate da carta do bar, apenas com a calda quente e sem gelado, já que a noite estava fria. Bastou-me aguardar alguns minutos para comer uma fatia de bolo tão gulosa que me soube pela vida.


O sofá junto à enorme janela do meu quarto permite um acordar vagaroso. Não parece correr uma brisa e acabo por me deixar ficar ali sentada, simplesmente a contemplar a serenidade que a paisagem inspira.
É novamente a caminho do restaurante Vale Abraão que me apercebo de que uma boa fatia do meu tempo no Six Senses Douro Valley foi aqui passada. A mesa da open kitchen está repleta de sugestões saudáveis, como sumos naturais feitos no local, granolas, cereais e frutos secos, iogurtes com um aspeto tão tentador e o pão cozido no hotel e feito a partir de massa mãe, o que lhe confere uma textura, aspeto e sabor tão irresistível. A charcutaria está exposta na sala de vinhos devido às baixas temperaturas e as bebidas quentes são servidas à mesa. Além disso, há um conjunto de opções que o chef prepara na hora. É num dos poucos momentos de pausa que o abordo, questionando-o acerca da origem das cavacas de Resende, talvez o elemento mais doce de todas a deliciosas opções. Uma das melhores coisas dos apaixonados por cozinha é a partilha do conhecimento e acabamos a falar em pão de ló de Margaride, bolinhol e outras doçarias nacionais.


Ao meu lado está um casal francês. Ela, de costas para a janela, refastela-se com uns ovos benedict, enquanto o marido, com a força da luz matinal a bater-lhe no rosto, apenas bebe um chá, de olhos fechados, mas de sorriso rasgado. Há pormenores que são preciosos.
Os hóspedes começam a sair mas acabamos por fazer as mesmas atividades: há quem leve as esteiras disponíveis no quarto e vá exercitar-se em frente da piscina exterior; há quem se dirija para o ginásio e há os que, como eu, optam pelo percurso à beira rio, descobrindo os jardins, as fontes, a catarata e lago dos lírios ou simplesmente deixar-se envolver pelo verde das árvores, o canto dos pássaros e uma serenidade tão própria da natureza.


Six Senses Douro Valley
Quinta de Vale Abraão, Samodães,
5100-758 Lamego
http://pt.sixsenses.com
Quando o Six Senses Douro Valley abriu em Julho de 2015 muito buzz se gerou nas redes sociais. Um dos comentários que me despertou interesse foi de uma amiga que já esteve em vários hotéis da cadeia e que escreveu: “Só espero que o modo de receber também seja o mesmo”. Foi com este pensamento que cheguei ao Douro.
O edifício do século XIX começa a avistar-se ao longe, por entre vinhedos agora despidos, aciprestes e palmeiras. Um caminho em paralelepípedos leva-me à entrada do hotel onde prontamente me vêm receber. E é logo neste primeiro contacto que se sente a essência Six Senses: aqui os funcionários apresentam-se pelo nome, retiram os nossos pertences com todo o cuidado e o serviço de valet parking trata de tudo.
Chego cedo porque venho também almoçar mas ainda assim fica já o check-in tratado. Entrando no elevador panorâmico desço até ao piso 3 onde ficam as áreas principais: restaurante, bar, wine library e também o acesso ao exterior. Passo rapidamente pelo terraço, desço até à horta e claro, à piscina exterior, maior do que imaginava. Mesmo em frente, a imensidão de vinhas da Quinta da Pacheca.
A renovação do espaço esteve a cargo do ateliê Clodagh Design que o decorou com objetos antigos, como jarrões em barro e cobre, livros, quadros e fotos da família Serpa Pimentão. Apesar de estar num hotel, o carácter intimista das quintas durienses está bem presente, pela descontração e proximidade dos funcionários, pelos vários ambientes, pelo constante silêncio.
O restaurante Vale Abraão tem consultoria do chef Ljubomir Stanisic e logo a abrir a carta vem o menu Terroir, com propostas orgânicas. Como um dos pilares do Six Senses é a sustentabilidade e bem-estar, os ingredientes vêm diretamente da horta confecionando-se alguns dos produtos no local. Exemplos disso são os pickles, kimchi, vinagretes e infusões.
Acabo por pedir o menu de tapas disponível no bar e o almoço foi um pouco de ambos: cascas de batata com molho de iogurte; tubérculos no josper com puré de topinambur e molho asiático; salada de couscous em beterraba e legumes da nossa horta e um flatbread de cogumelos e mozarella. Quando os legumes chegaram à mesa, com um aroma incrível, olhei logo para a taça em barro que pensei ser de Molelos mas informaram-me que é louça de Bisalhães. A mesa fica tão bonita e colorida! Termino com um queijo queimado, que só ao provar sinto ser de cabra mas com os sabores muito equilibrados.
Tenho uma massagem agendada para as 15h15 e a caminho do quarto, onde já me colocaram todos os meus pertences, penso se não será um pouco cedo, tendo em conta que acabei de almoçar. Mas contrariamente ao que seria de esperar, sinto que o almoço foi muito leve, que nenhum sabor se sobrepôs ao outro.
O atendimento no spa mantém-se informal mas muito atencioso. Já experimentei massagens com taças tibetanas mas nunca desta forma, a sentir a vibração no meu corpo, primeiro na coluna e depois na barriga. Uma sensação muito tranquila mas ao mesmo tempo revigorante.
Num hotel marcadamente vínico, não podia faltar uma prova de vinhos. Ao final da tarde estiveram em prova quatro vinhos: Contraste Branco 2015 da enóloga Rita Marques (um projeto a conhecer); Quinta do Portal Colheita Tinto 2014; Quinta Vale D. Maria Reserva Porto e terminei com um Quinta das Carvalhas Reserva Tawny.
Regresso ao restaurante Vale Abraão onde a lareira acesa torna ainda o espaço mais agradável. Desta vez optei pela carta e voltei aos legumes do almoço (e voltarei a repetir num futuro regresso) e num tornedó de vitela, puré de topinambur, cogumelos selvagens e tomate cherry confitado. Para sobremesa pedi se me podiam servir o bolo de chocolate da carta do bar, apenas com a calda quente e sem gelado, já que a noite estava fria. Bastou-me aguardar alguns minutos para comer uma fatia de bolo tão gulosa que me soube pela vida.
O sofá junto à enorme janela do meu quarto permite um acordar vagaroso. Não parece correr uma brisa e acabo por me deixar ficar ali sentada, simplesmente a contemplar a serenidade que a paisagem inspira.
É novamente a caminho do restaurante Vale Abraão que me apercebo de que uma boa fatia do meu tempo no Six Senses Douro Valley foi aqui passada. A mesa da open kitchen está repleta de sugestões saudáveis, como sumos naturais feitos no local, granolas, cereais e frutos secos, iogurtes com um aspeto tão tentador e o pão cozido no hotel e feito a partir de massa mãe, o que lhe confere uma textura, aspeto e sabor tão irresistível. A charcutaria está exposta na sala de vinhos devido às baixas temperaturas e as bebidas quentes são servidas à mesa. Além disso, há um conjunto de opções que o chef prepara na hora. É num dos poucos momentos de pausa que o abordo, questionando-o acerca da origem das cavacas de Resende, talvez o elemento mais doce de todas a deliciosas opções. Uma das melhores coisas dos apaixonados por cozinha é a partilha do conhecimento e acabamos a falar em pão de ló de Margaride, bolinhol e outras doçarias nacionais.
Ao meu lado está um casal francês. Ela, de costas para a janela, refastela-se com uns ovos benedict, enquanto o marido, com a força da luz matinal a bater-lhe no rosto, apenas bebe um chá, de olhos fechados, mas de sorriso rasgado. Há pormenores que são preciosos.
Os hóspedes começam a sair mas acabamos por fazer as mesmas atividades: há quem leve as esteiras disponíveis no quarto e vá exercitar-se em frente da piscina exterior; há quem se dirija para o ginásio e há os que, como eu, optam pelo percurso à beira rio, descobrindo os jardins, as fontes, a catarata e lago dos lírios ou simplesmente deixar-se envolver pelo verde das árvores, o canto dos pássaros e uma serenidade tão própria da natureza.
Six Senses Douro Valley
Quinta de Vale Abraão, Samodães,
5100-758 Lamego
http://pt.sixsenses.com
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