Ao tempo que queria conhecer Talavera de la Reina mas a ideia nunca era aceite. Havia sempre um destino que parecia mais interessante e eu lá ia cedendo. Mas no último regresso de Madrid, mesmo antes de parar em Oropesa, fiz uma paragem de algumas horas.
Estacionar foi extremamente simples. Tinha pesquisado e encontrado o sítio perfeito junto ao Parque del Cañillo. Foi chegar e lugares não faltavam. Lá fui devagarinho, junto à muralha e torre Albarrana, em direção ao Museo Ruiz de Luna. Sabia da grande tradição de cerâmica de Talavera de la Reina e não queria mesmo perder. E fiz bem.
Este museu alberga sobretudo a coleção pessoal do ceramista que dá nome ao museu, com louça e azulejaria locais desde o século XVI até ao século XX. E a maravilha que foi ver essa evolução: o tratamento do barro, a alteração dos desenhos, as cores e finalidade de utilização. Mais vagaroso do que eu só um senhor que andava com um tripé e fotografou tudo ao pormenor. Se a primeira mostra foi interessante, à segunda acresce o impacto da igreja do Convento de los Agustinos Recoletos, com o seu altar e diversos painéis de azulejos.
Na Plaza San Pedro, junto ao Convento de San Bernardo, vejo a primeira porta fechada, à qual se somam algumas mais: não há uma igreja ou convento abertos.
Vou olhando para as fachadas com o seu típico gradeamento e muitas em ladrilho e azulejos, sejam edifícios mais emblemáticos, como o Teatro Victoria ou o Teatro Palenque, ou habitações particulares.
A Plaza de Pan é das principais da cidade, onde se realizam algumas festividades. É aqui que também se localizam alguns serviços administrativos, como mais tarde irei saber. Atravesso-a pelo centro, admirando os bonitos azulejos, tão típicos.
Como a Iglesia de Santa María la Mayor está fechada, volto às margens do rio Tejo, passo pela ponte romana e sob o fresco das árvores, sigo até aos Jardines del Prado. E se valem a pena: bem cuidados, floridos e muito frescos, com o ex-libris de Talavera de la Reina presente a cada passo. Os azulejos talaveranos decoram bancos de jardim, fontes, o lago e um imperdível coreto. Com a basílica (também) fechada, é aqui a despedida e hora de partir para o próximo destino.
Ou talvez não. Ao chegar ao carro encontro um papel no vidro. Ainda pensei que fosse algum panfleto publicitário mas é apenas uma multa de estacionamento por não ter colocado parquímetro. Olho então em redor e lá vejo as máquinas. Daí ter sido tão fácil… Lá vou para a polícia que me ajuda a contactar os serviços e em vez dos 70€ iniciais, acabo por pagar 10€. De Espanha pode não vir bom vento nem bom casamento, mas trouxe 60€ que me teriam custado muito lá deixar.
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