Na Praia da Nazaré, a exposição de embarcações antigas e a secagem do peixe recordam como era a atividade piscatória noutros tempos.

A marginal da Nazaré é dos locais mais movimentados da vila. Além dos espaços comerciais e de restauração, há dois atrativos fortes: a secagem do peixe e a exposição de barcos. De modo a preservar este património cultural, procedeu-se à sua recuperação e podem agora ser admirados por todos. Este conjunto de embarcações contempla desde os barcos tradicionais de arte xávega, com a proa em bico elevado, até à barca “Mimosa”, destinada ao transporte da sardinha para terra, sem esquecer a barca salva vidas “Nossa Senhora dos Aflitos”, que deixou de estar em atividade em 1977.


Quando o peixe chegava à praia era transportado para a antiga lota, mesmo em frente, que hoje transformaram no Centro Cultural da Nazaré. Desde que a mudaram para o Porto de Abrigo há menos pessoas mas ainda restam alguns compradores ou simples curiosos a espreitar a secagem do peixe. Esta antiga tradição remonta à necessidade de o conservar para o Inverno mas ainda há algumas peixeiras a fazê-lo no areal.

Sob um sol que não dá tréguas, vestidas com os trajes típicos nazarenos (ou de preto para recordar uma dor que nunca passa), colocam um lenço sobre a cabelos apanhados e de mangas arregaçadas, arranjam ali mesmo o peixe. Depois de amanhado, salgado e escalado é colocado a secar nos paneiros. O tempo que está ao sol vai determinar o seu aspeto final. Entre dois a três dias o peixe fica seco mas se estiver menos tempo está apenas enjoado. Predomina a secagem do carapau mas nas redes também se encontra sardinha e polvo. Os mais pequenos podem comer-se crus mas os de maiores dimensões são ideias mais cozer com batata ou assar na brasa.

A D. Francelina Quinzico é a mais conhecida, pelas várias participações em programas de televisão. São muitas as abordagens para a fotografar mas só tira os olhos do peixe para atender algum cliente.
A secagem do peixe é uma arte sobretudo de mulheres. No entanto, os tempos são outros e os homens, que antes se dedicavam à pesca e construção dos paneiros, dividem hoje os trabalhos.


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