Começou no Príncipe Real e já chegou ao Chiado. A renovação dos palácios de Lisboa para adaptação a espaços comerciais e de restauração veio para ficar.

Tenho para comigo a ideia de que o património deve estar acessível ao público, de preferência em bom estado de conservação. Por isso, quando se iniciou a abertura dos palácios do Príncipe Real aplaudi a iniciativa. Poder fazer compras num ambiente faustoso onde a seleção das marcas é rigorosa, parece-me uma boa ideia.
No entanto, sobre o Palácio Chiado já torci o nariz. “Mas será que não há outra alternativa para estes espaços?” Nestas coisas não há como ver e das duas vezes fiquei rendida, cada vez mais.
Começa logo à entrada, onde é entregue o cartão para registo do consumo. É explicado o conceito e entro num ambiente de requinte e sofisticação.
Existem sete espaços gastronómicos, quatro no rés do chão na antiga cozinha e três no primeiro andar. É possível circular e comer nos vários ambientes, incluindo junto à belíssima escadaria que dá acesso ao piso superior. É a partir daqui que o impacto visual é maior. A começar pela imponência do vitral, os candeeiros, os tetos, os lustres e as pinturas que ocupam todas as paredes. O melhor é sem dúvida o leão suspenso sobre a Espumanteria do Mar.

O Delisbon é o meu espaço de eleição. Com três janelas a deixar entrar o fresco da Rua do Alecrim, aposta na charcutaria. De olhos postos na loba a alimentar Rómulo e Remo, começo por uma tábua João Batista (meia 14€), acompanhada por umas tostas bem crocantes. O presunto Cinco Jotas, cortado numa máquina manual, é servido bem fino.


Desço ao piso térreo para escolher o que se segue. As opções do Meat Bar, a cargo do Atalho, parecem tentadoras, mas como já conheço do Mercado de Campo de Ourique opto pelo Burgers & Feikes. O Beicone (8€) é um hambúrguer 100% vaca, com queijo edam, alface, tomate e cebola caramelizada. O melhor são os cogumelos salteados e o toque fumado do bacon num pão de batata doce, uma boa alternativa ao bolo do caco. As batatas fritas (2€) estavam quentes mas não convenceram.

A grande inovação (se compararmos com os mercados adaptados a espaços gastronómicos) é o serviço de bebidas à mesa, que é rápido, eficiente e muito simpático. Pena que a indumentária não reflita o bom gosto do espaço.

Este conceito é sem dúvida uma aposta ganha, com bom equilíbrio entre o passado e o presente, num ambiente descontraído mas com um toque de glamour.
Palácio Chiado
Rua do Alecrim, 70
1200-018 Lisboa
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