A cerca de 3 quilómetros da Régua, a Quinta da Pacheca é das mais antigas do Douro e incontornável para quem pretende uma experiência enoturística.

A imagem à entrada dos portões que dão acesso à Quinta da Pacheca deixa antever um lugar especial. Desço vagarosamente a estrada ladeada por grandes árvores que resguardam com a sua frondosa copa o forte calor. Visito-a num dia diferente. É o lançamento do Pacheca Superior Branco 2014 e há vários eventos a acontecer em simultâneo. Sandra Dias recebe-me com um sorriso contagiante e iniciamos a visita à quinta.
À entrada do edifício principal, que data da primeira metade do século XVIII, há uma parede repleta de flores. Hoje é o The Wine House Hotel da Quinta da Pacheca, atualmente com 15 quartos mas em breve será ampliado com alguns mimos extra, como uma piscina para disfrutar nos dias de calor.
Subo até à sala da lareira. Apesar do ambiente rústico, está decorada com sofisticação, onde não faltam pormenores decorativos a descobrir: os quadros, a cerâmica, os grandes cadeirões, os sofás confortáveis e um piano para uma noite de inverno.

É também neste edifício que se encontra o restaurante a cargo do chef Carlos Pires. A entrada na sala em tons de verde tem um enorme impacto visual, com o móvel ao fundo de pau brasil decorado com louça Bordallo Pinheiro. Está aberto ao público.

Mas o motivo que me traz à Quinta da Pacheca é conhecer os seus vinhos. À porta dos lagares está um marco pombalino que remonta ao século XVIII e recorda que me encontro na mais antiga região demarcada de vinhos. Apesar da pisa ser maioritariamente mecânica, ainda hoje estes lagares de granito são usados. É aqui que é pisado o Pacheca Reserva Vinhas Velhas e o Pacheca Grande Reserva Touriga Nacional.

As mesas e os sofás sob as árvores serão tentadores numa outra ocasião, quando o calor não impuser de forma tão evidente a sua presença. Apresso o passo até à próxima paragem. A Sandra coloca a mão na porta e cria um ligeiro suspense. Entro na sala do tesouro, o espaço mais nobre, cheio de tonéis e pipos onde estagiam os vinhos do Porto Quinta da Pacheca.

Mas a Quinta da Pacheca não está apenas direcionada para um público que procura experiências enogastronómicas. O espaço exterior está muito bem cuidado. Não faltam os canteiros floridos, os vasos verdejantes e muitas árvores que proporcionam o ambiente ideal para disfrutar de uma vista para as vinhas. Dentro ou fora de portas, a elegância dos espaços convida a eleger a Quinta da Pacheca como o lugar certo para um evento especial.

Especial é também a escultura de uma garrafa de vinho. Através da técnica de “wood carving” deu-se uma segunda vida a este antigo carvalho que teria um fim bem diferente.

Termino a visita na loja com uma prova de cinco vinhos: Pacheca Superior Branco 2014, Pacheca Reserva Vinhas Velhas 2011, Pacheca Grande Reserva Touriga Nacional 2011, Pacheca Tawny 20 Anos e Pacheca Vintage Port 2000. Foi uma viagem desde os vinhos clássicos até ao novo Pacheca Superior Branco, produzido a partir das castas Gouveio, Viosinho e Fernão Pires, com uma boa intensidade aromática e frescura, resultado de um processo de renovação do perfil dos vinhos da casa. Mas o que me vai ficar na memória é o Touriga Nacional, um vinho muito sólido e vigoroso, com notas de fruta madura, ser perder a frescura.
0 comentários:
Enviar um comentário