Capital da Catalunha, Barcelona é uma cidade de gente jovem, atraída pelos divertimentos nas Ramblas, na praia ou nos bares da moda. Mas tem algo de único que a faz ser procurada por um turismo mais cultural: a arquitetura em estilo modernista.
Sagrada Família
A Sagrada Família é não só a obra prima de Gaudí como o símbolo de Barcelona. As suas torres e gruas são de tal modo altas que se avistam de vários pontos da cidade. É o dinheiro dos bilhetes cobrados à entrada que subsidiam em parte esta obra que ainda demorará alguns anos até ser concluída. Começo a visita pela fachada da Paixão de Cristo, com esculturas da autoria de Josep Subirachs.
A fachada da Natividade, constituída por vários portais, é uma espécie de presépio. Observando com atenção, descobrem-se várias cenas bíblicas: a Anunciação, a fuga para o Egípto, a matança dos inocentes ou a adoração dos reis magos.
Os pormenores a descobrir são tantos que a visita merece ser demorada. E num lugar como este, regressar nunca cansa. Claro que voltei à noite… e valeu bem a pena!

Parque Güell
O meu acesso ao Parque Güell não foi o melhor. Subi nas escadas rolantes existentes na Baixada de la Glória e não achei boa opção. Para juntar aos quilómetros que já tinha percorrido, havia o intenso calor e o constante ruído da circulação das escadas. O parque parecia inalcançável. Claro que quando se entra, todas estas sensações são substituídas pela visão da genialidade de Gaudí. Declarado Património Mundial pela Unesco, este parque é um ponto de encontro de turistas e locais. Com o calor a apertar, procurei a sombra fresca da sala hipostila. Por cima há um terraço que é das atrações principais. No seu imenso banco, decorado com mosaicos trencadis, tem-se uma vista para a entrada e para a cidade.

Percorrendo os vários caminhos, chegam-me sonoridades de grupos de jovens que procuram as pequenas grutas para conviverem. As colunas são feitas de tijolo e terminam em vasos ocupados por catos, numa simbiose perfeita de natural e artificial. À saída, foram várias as tentativas (falhadas) de conseguir um bom apontamento do enorme lagarto, que é sem dúvida, a “estrela da companhia”.

Casa Milà

Quando me aproximo da Casa Milà, mais conhecida por La Pedrera, há fila há porta. Grupos de visitante chegam cedo para conhecer uma das obras mais emblemáticas de Gaudí. A alguma distância, observo a forma ondulante, que lhe confere uma assimetria, que vou descobrir também no interior. Aqui não há elementos repetidos: todos os andares são únicos. No sótão abobadado, um pequeno espaço museológico explica melhor a concepção por detrás das obras de Gaudí. Uma grande maquete permite compreender a verdadeira dimensão da Casa Milà. No telhado, um conjunto de chaminés, com formas pouco convencionais, são a atração principal. Estão revestidas com mosaicos trencadis, que têm o seu expoente máximo no Parque Güell. Tornaram-se de tal maneira um dos símbolos da cidade que se vendem réplicas em todas as lojas de souvenires.

Mansana de la Discòrdia
Numa das principais avenidas de Barcelona – o Passeig de Gràcia – três importantes edifícios dão o nome à conhecida Mansana de la Discòrdia. Foram todas projetadas por arquitetos modernistas para famílias rivais, que pretendiam afirmar o seu estatuto. Qual delas a mais bela?
Casa Batlló

Gaudí projetou para Josep Batló i Casanovas uma casa de habitação totalmente diferente da já existente no local, sem linhas direitas ou superfícies planas. Apesar de no seu interior não haver mobiliário, o macio das paredes, a forma das portas ou os jogos de luz dos vitrais são elementos imperdíveis.

Gaudí teve em atenção não só o lado estético mas também a funcionalidade e por isso observei um pormenor interessante: no canal de ventilação que se eleva acima do pátio interior, as cores dos azulejos vão aclarando à medida que o rés-do-chão se aproxima, criando uma maior luminosidade.
O dragão morto por S. Jorge, padroeiro da Catalunha, está representado no telhado da casa, que lembra o dorso e as escamas do animal. As chaminés estão decoradas com pequenos mosaicos, que também se encontram noutras obras da autoria de Gaudí. Em todos os espaços da casa, incluindo o exterior, tive a mesma sensação: a de estar dentro de algo “vivo”.

Casa Amatller
Data do início do século XX esta casa particular, projetada pelo arquiteto Puig i Cadafalch. O alto da sua fachada lembrou-me as casas de empenas em degraus, típicas da Bélgica.
Casa Lleó Morera
Foi em 1906 que Domènech i Montaner terminou a recuperação de uma casa já existente no nº 35 da Passeig de Gràcia, que contou com a participação de vários artistas. Foi este grande trabalho de equipa que a levou a receber o primeiro prémio de Arquitetura do Ayuntamiento de Barcelona.
Hospital de la Santa Creu i Sant Pau

Apesar do hospital remontar ao século XV, o complexo de 8 pavilhões e vários edifícios modernistas foram projetados pelo arquiteto Domènech i Montaner. Até 2009 funcionou como um hospital mas sempre foi ponto de passagem para aqueles que visitam Barcelona em busca do seu lado mais cultural. A prova do seu imenso valor arquitectónico foi a classificação, em 1997, como Património Mundial da Unesco.
Adoro Barcelona! Uma cidade a que apetece sempre voltar. Foi bom revê-la nestas palavras e imagens :) obrigada!
ResponderEliminarOlá Sofia: Barcelona é uma cidade cheia de vida, com muita coisa a acontecer e claro, muito para descobrir. Obrigada!
ResponderEliminarTenho saudades de Barcelona, vou com frequência a trabalho mas nunca passo de Hospitalet. Gosto muito do interior da Sagrada Familia, de Gaudi no Paseig de Gracia mas também das suas ruelas do bairro gótico, adorei a reportagem...para matar saudades!
ResponderEliminarOlá Marta: apesar de Barcelona ser uma cidade sempre cheia de turistas, tem um lado cultural muito rico, com muitos recantos para descobrir.
ResponderEliminarEstive a pouco nessa maravilhosa cidade,o que já por outras ocasiões tinha acontecido mas esta foi na realidade a que me proporcionou as melhores vistas e fiquei verdadeiramente encantado.Sou Florival Leitão
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