Já se chamou Rua do Longo e Rua Formosa, mas após a criação do Jornal O Século, esta rua histórica de Lisboa estabeleceu o seu nome em definitivo. Venha percorrê-la da Praça do Príncipe Real até à Calçada do Combro, com um pequeno desvio ao Largo de Jesus.
Alto da Cotovia / Príncipe Real / Patriarcal Queimada
Desde 1400 que era conhecido por Alto da Cotovia e no século XVII é escolhido pelo Marquês de Alegrete para construção do Palácio Tarouca. Comprado pela Companhia de Jesus para albergar o Colégio das Missões, acabou por ser destruído com o terramoto de Lisboa. Em 1757 é inaugurada a igreja da Patriarcal, destruída por um incêndio, daí passar a ser conhecido como “Sítio da Patriarcal Queimada”. Em 1789, as ruínas são novamente aproveitadas para a construção do Real Erário, mas abandonadas em menos de uma década devido aos elevados custos. Em meados do século XIX é inaugurado o Jardim do Príncipe Real, em homenagem a D. Pedro V. Sob o enorme cedro-do-Buçaco, com 20 metros de diâmetro, foi filmada uma das cenas de João Vuvu (João César Monteiro), do filme Vai e Vem (2003).
Atualmente é um local de lazer, com esplanadas, parque infantil, quiosque, o Reservatório da Patriarcal e todos os sábados recebe o mercado de produtos de agricultura biológica.
Convento dos Cardaes
Fundado em 1681 por D. Luísa de Távora para acolher a Ordem das Carmelitas Descalças, deve o seu nome ao facto de no local existirem muitos cardos. Extinto em 1876 com a morte da última religiosa, funciona atualmente como uma IPSS, acolhendo deficientes graves. Apesar de ocupar um quarteirão inteiro, pode passar despercebido para os mais distraídos, dado o seu aspeto exterior muito simples, sem ornamentos. No entanto, quando entramos, percebemos a riqueza existente.
Igreja
Com uma só nave, está repleta de azulejos holandeses que retratam a vida e visões de Santa Teresa de Ávila. As pinturas dos século XVIII são atribuídas a António Pereira Ravasco e André Gonçalves. O altar é dedicado a Nossa Senhora da Conceição.
Sacristia
Os azulejos são portugueses. Possui uma urna onde é colocado o Santíssimo Sacramente na Quinta-feira Santa.
Coro Alto
O retábulo representa a Descida da Cruz e por cima, um quadro de André Gonçalves, com a Assunção da Virgem. Os azulejos portugueses retratam cenas de vida de Santa Teresa de Ávila.
À saída, reparámos na pequena loja com produtos feitos no Convento, cujo valor da venda ajuda no apoio dado aos que mais precisam. Voltaremos para visitar as restantes salas.
Rua do Século, nº 123
Palácio Pombal
O Palácio Pombal, ou dos Carvalhos, foi o local onde nasceu o Marquês de Pombal a 13 de Maio de 1699. Mesmo em frente fica um grande largo, com um chafariz, que servia a casa de água. Atualmente alberga a instituição Carpe Diem Arte e Pesquisa, o que permite ao interior do edifício ser recuperado aos poucos. Não deixem de visitar, pois serão positivamente surpreendidos.
Rua do Século, n.º 65 a 99
Antigas Instalações do Jornal "O Século"

Classificado como Imóvel de Interesse Público, capta a nossa atenção pela beleza da sua fachada. Foi aqui que nasceu o jornal O Século, em 1881, por Sebastião Magalhães Lima. Foi extinto em 1976.
Rua do Século, nº 51
Antiga Igreja das Mercês
No nº 50 da Travessa das Mercês ainda se pode ver os vestígios de uma torre da antiga igreja.
Travessa das Mercês, nº 50
Palácio do Correio Velho
Neste palácio do século XVIII, um dos maiores de Lisboa, também conhecido como Marim-Olhão, já funcionou o jornal "A Revolução de Setembro" e o jornal "A Batalha". Atualmente alberga uma leiloeira. Se passarem por lá durante a semana, entrem e espreitem a escadaria.
Igreja de Santa Catarina
Também conhecida por Igreja dos Paulistas, tem uma fachada imponente, à qual é impossível ficar indiferente. No seu interior, de realçar as várias capelas-mor, o teto em excelente estado (desabou com o terramoto de 1755) e o orgão.
Calçada do Combro, nº 82
Igreja Paroquial de Nossa Senhora das Mercês
Reconstruída após o terramoto de 1755 por Joaquim Oliveira, esta igreja apresenta uma planta em cruz latina, com 14 capelas laterais e 2 púlpitos em estilo joanino. Na sala de passagem, destacam-se os painéis de azulejos do século XVIII, da autoria de Oliveira Bernardes, dedicados a Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal.
Largo de Jesus
À saída, olhando pela Travessa da Arrochela, vemos a Assembleia da República e apercebemos da quantidade de conventos que existiram nesta zona da cidade: Convento dos Cardaes, Convento dos Paulistas, Convento de Jesus e Antigo Convento de S. Bento da Saúde.
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