Emerita Augusta foi fundada no ano 25 a.C. pelo Imperador Octávio Augusto. Capital da província da Lusitânia, foi um dos principais centros urbanos da Hispânia Românica. Atualmente chama-se Mérida, é a capital da região da Extremadura e está classificada como Património da Humanidade pela UNESCO. Venha connosco viajar até à época romana.
Tiramos uns dias de férias no Carnaval para conhecer mais duas cidades espanholas: Mérida e Cáceres. Saímos de Lisboa pela manhã e em cerca de 2h30 chegamos a Mérida. Antes fizemos uma pequena paragem para encontrar mais uma caixinha do Geocaching.
Demos uma volta pela cidade mas os parques de estacionamento estavam todos cheios. Junto da ponte conseguimos lugar numa zona residencial.
A nossa primeira paragem foi na Casa de Mitreo, localizada logo à entrada da cidade, junto à praça de touros. Aqui compramos um bilhete que nos deu acesso a visitar o Conjunto Monumental de Mérida. Esta casa senhorial (domus) deve o seu nome ao culto do deus Mitra. Encontra-se disposta em torno de três pátios, decorados com mosaicos e murais de grande qualidade.
No mesmo recinto e unidos por um caminho interior localiza-se os Columbarios, mausoléus de duas famílias distintas locais: Voconios e Julius.
A cidade está cheia de sol (cerca de 20º) e muito movimentada. Na praça de touros parece estar a preparar-se algum tipo de evento de Carnaval. Há um constante entre e sai de crianças mascaradas e acompanhadas pelas mães.
Seguimos a pé em direcção à Alcazaba Árabe. Trata-se da primeira fortaleza muçulmana construída na Península Ibérica por Abderraman II em 835 d.C. para impedir ataques.
No seu interior existem vestígios de várias épocas: romana, visigótica e árabe. Há uma cisterna com o teto em abóboda que poderá ser alcançada por uma escadaria.
Vale a pena subir às muralhas e observar a vista para o rio Guadiana e para a ponte romana.
Saindo da fortaleza continuamos a pé em direcção à Praça de Espanha, o coração da cidade e onde se situa o Ayuntamiento de Mérida. Estava-se a ultimar as decorações para o desfile de Carnaval da noite. Havia um grande movimento.
Seguimos para a Praça de Roma onde está a estátua da loba a alimentar Rómulo e Remo, fundadores de Roma. Aqui tem-se acesso direto à ponte romana e uma vista privilegiada.
Continuando pelas ruas da cidade e chegamos rapidamente ao Templo de Diana. Não é possível chegar muito próximo do templo, uma vez que o espaço se encontra vedado, mas é perfeitamente visível do exterior. O templo é datado do final do séc. I a.C., tendo sido dedicado ao culto do imperador Augusto. A sua construção foi feita com pedras de granito e a sua fachada foi coberta por um frontão semicircular apoiado por 6 colunas.
A próxima paragem é no Arco de Trajano, todo em granito, com cerca de 15m de altura. Originalmente era revestido em mármore e dava acesso a uma praça fortificada com um templo no centro. O facto de estar rodeado de casas não permite que se tenha a verdadeira noção das suas proporções.
Já estamos a andar há algumas horas e por isso antes de entrarmos no Museu Nacional de Arte Romano, parámos num café mesmo em frente, onde nos refastelámos com uns "bocadillos" de bacon, bem quentinhos, que nos consolaram do cansaço.
Construído para albergar as peças descobertas nas escavações em Mérida, o museu é um espaço moderno e amplo, em tijolo num estilo romano, com passagens superiores, permitindo em qualquer ponto ter uma visão global.
A visita neste primeiro dia está terminada. Estamos cansados e vamos até ao hotel refrescarmo-nos. Atravessamos a ponte e estacionamos mesmo em frente ao TRYP Mérida Medea Hotel.
Voltamos à Praça de Espanha que já se encontrava bem animada e dirigimo-nos ao restaurante Casa Benito, próximo do templo de Diana. Especializado em grelhados, ??é um restaurante tipicamente espanhol, com muitos cartazes de touradas, fotografias e uma grande cabeça de touro na parede. A terminar, um pudim de queijo com molho de frutos vermelhos que estava delicioso. No fim pagamos cerca de 20€ por pessoa e foi uma ótima escolha, pela comida e pelo ambiente.
Quando saimos, já tinha começado o desfile. E se em Roma sê romano, em Mérida juntemo-nos ao cortejo. A noite foi animada, com muita música, muita cor e folia à mistura.
No segundo dia, iniciamos a visita na Casa do Anfiteatro, datada do século I d.C, onde ainda é possível encontrar quartos e corredores pavimentados com mosaicos, frescos nas paredes e esgotos.
Seguimos para o teatro com a grandiosidade das suas colunas. Está localizado numa encosta, o que favorece a acústica e tem 3000 lugares sentados.
Passando através dum arco, entramos no anfiteatro, destinado a lutas entre gladiadores e também com animais, infelizmente em avançado estado de destruição. No entanto, se nos colocarmos no centro, podemos ter uma real noção da sua dimensão.
A próxima paragem é na Basílica de Santa Eulália, padroeira da cidade, construída no século IV. Com a realização de escavações arqueológicas no subsolo, foi possível encontrar habitações romanas e uma necrópole cristã, onde foi construído um mausoléu em memória da Mártir. Há uma plataforma metálica em toda a igreja, de forma a se poder visitar a parte arqueológica, mantendo-se a igreja actual. De salientar ainda a capela do século XVII, em honra de Santa Eulália, a partir dum templo romano dedicado a Marte.
Estamos a chegar ao fim da manhã. A última coisa que temos previsto visitar é o Aqueduto dos Milagres, junto a um parque da cidade. Possui 3 fileiras de arcos, torres de distribuição de água e depósito terminal para decantação da água.
A cerca de 1,5 km à frente encontramos o Aqueduto de San Lázaro.
Está uma manhã muito solarenga e quente. Partimos para Cáceres com a a certeza de que conhecemos o melhor que ficou de Emerita Augusta.
Como ir: o meio de transporte mais adequado é o carro, sendo que a auto-estrada em Espanha é gratuita.
Onde dormir: há vários hotéis na Praça de Espanha, para quem queira ficar mesmo no centro da cidade. Nós optámos pelo TRYP Mérida Medea Hotel, do outro lado da ponte. É uma boa relação preço-qualidade, com estacionamento gratuito e um centro comercial mesmo em frente.
Onde comer: o restaurante Casa Benito oferece um espaço tipicamente espanhol, com carne de boa qualidade (Calle San Francisco 3).
Posto de turismo: localiza-se na rua José Sáenz de Buruaga.
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